Vaidade do manhote
Falkon ku jugude
Conto Crioulo
Bairro de Morcunda na cidade de Cacheu
Guiné-BissauContador
Caetano José da Costa
Nível
básico
Há muitos anos atrás, um jagudi , estava sentado num ramo de uma árvore, envolto nos seus pensamentos. Durante todo o tempo em que esteve sentado nesse galho, pensava em como conseguir alguma coisa para comer, porque ele não caçava e nem comia animais vivos, somente mortos. De repente, surgiu um falcão que lhe perguntou? – Então senhor jagudi, em que estás a pensar? És muito preguiçoso e a tua preguiça já é demais. Mas o jagudi continuou calado e não respondeu às provocações do falcão.
O falcão continuou, dizendo:
— Vês aquela pomba que vai aí, vou atrás dela e vou comê-la fresca e com sangue, e tu que não gostas de te esforçares, vais continuar aqui com fome.
O falcão foi atrás da pomba, que sentindo-se ameaçada, começou a fazer o voo cruzado tentando escapar das garras do falcão. E nesta luta de vida ou morte, a pomba fez uma manobra em frente a uma árvore e o falcão que vinha com muita velocidade, não conseguiu evitá-la e bateu com o peito contra o tronco e caiu, perdendo os sentidos. Ao acordar já moribundo, viu o jagudi sentado ao lado dele e, aflito, perguntou ao jagudi:
— Será que vais comer-me?
O jagudi respondeu:
— Tu ainda não morreste. Eu só como os mortos e não estou com pressa, vou esperar até morreres.
E assim sucedeu. Depois de um tempo de agonia o falcão morreu e o jagudi comeu-o até se saciar e voltou a voar até àquela árvore, onde esteve sentado a pensar onde encontraria comida.
Moral da história: esta história nos ensina que não devemos vangloriar-nos e que não somos superiores aos outros. Todos somos iguais e todos temos os nossos direitos.